Campo Grande (MS) – Em uma unidade penal de regime semiaberto, onde o grande fluxo de entrada e saída de internos é constante, manter a sanitização é um desafio dobrado. Buscando adotar mecanismos para reforçar os cuidados preventivos à Covid-19, o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG) – o maior presídio de regime semiaberto de Mato Grosso do Sul – instalou um túnel de desinfecção, que está contribuindo, ainda mais, na higienização dos cerca de 350 internos que saem e retornam à unidade diariamente para a realização de trabalho externo, autorizado pela justiça.
A ideia surgiu após a direção da unidade penal verificar a implantação do equipamento em algumas empresas de Campo Grande. “Visitamos alguns locais, conversamos com os responsáveis para entender melhor a instalação e funcionamento do túnel e decidimos replicar a iniciativa no presídio”, explica o diretor da CPAIG, Adiel Rodrigues Barbosa.
O túnel de desinfecção funciona através de um sensor, que detecta a presença da pessoa, logo em seguida, é acionada a bomba com o reservatório de água, a qual faz a pulverização através de um bico dosador. No processo é utilizado um produto em proporção que não oferece riscos à saúde.
Com investimento aproximado de R$ 3 mil, os recursos foram provenientes da 2ª Vara de Execução Penal, representada pelo juiz Albino Coimbra Neto, que realiza a doação para aquisição de produtos de higiene e limpeza para os internos, assim como, investimento em segurança na unidade penal aprimorando o trabalho dos servidores penitenciários.
O equipamento começou a funcionar esta semana no portão que dá acesso ao presídio. Conforme o diretor do CPAIG, foi a solução mais viável encontrada para higienizar de forma célere todos os internos, contribuindo para evitar, assim, a proliferação do coronavírus no ambiente carcerário. “Atualmente, mais de 35% dos internos realizam trabalho externo e o túnel, aliado a outros métodos de higienização pessoal, tem atendido bem nossa demanda”, destaca Adiel.
Além disso, foi instalado lavatório com sabão líquido para higienização das mãos e do rosto e disponibilizado álcool em gel para complementar a desinfecção. Para a revista pessoal é utilizado o escâner corporal para evitar o contato físico, contribuindo ainda mais na prevenção de contaminações. Durante o trabalho, todos os servidores penitenciários utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como máscaras, luvas, capas e viseira de proteção. As instalações do presídio também são desinfectadas regularmente.
O diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Aud de Oliveira Chaves, reforça a importância do uso de mecanismos para barrar a contaminação do ambiente carcerário em tempo de pandemia.
Conforme o dirigente, até o momento não foi constatado nenhum caso testado positivo para Covid-19 entre custodiados em unidades prisionais da Agepen, graças às várias medidas adotadas.
“As direções dos presídios do estado, juntamente com seus servidores e parceiros, têm implantado diferentes alternativas preventivas que priorizam a saúde dos custodiados e dos próprios profissionais, o que tem possibilitado o alcance desses resultados bem positivos”, parabeniza Aud.
Tatyane Santinoni e Keila Oliveira, Agepen