Campo Grande (MS) – O superintendente de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, delegado Antônio Carlos Videira, participou nesta terça-feira (27), em Brasília (DF), da audiência pública da Subcomissão Permanente para tratar do Combate ao Crime Organizado, da Câmara do Deputados.
Convidado pela Subcomissão, durante a explanação sobre Mato Grosso do Sul, que possui 1.517 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia, o que representa mais de 20% do território fronteiriço do País, o superintendente destacou que o que fomenta os crimes nas fronteiras é a demanda interna dos grandes centros. “O tráfico de armas é um crime acessório do tráfico de drogas, que aumentou junto com a demanda demasiada de armas de grosso calibre pelos grandes centros”, explicou.
De acordo com o deputado Aluisio Mendes, que sugeriu a audiência, a ideia é debater o tema para apresentar propostas para diminuir a criminalidade no país. “O tráfico de armas é um problema atual e que contribui em muito para o aumento da criminalidade”, pontuou.
Videira lembrou que dos 588 municípios brasileiros localizados na fronteira, 44 são sul-mato-grossenses, onde vivem hoje mais de 1 milhão de habitantes e que o Estado responde hoje por grande parte do total de drogas apreendidas no País, tendo tirado de circulação só este ano quase 250 toneladas de drogas, quantidade jamais apreendida por um estado brasileiro.
A audiência presidida pelo deputado federal Moroni Torgan, que ressaltou que a Subcomissão está dividida em oito sub-relatorias, entre elas o tráfico de armas, contou ainda com a presença do subsecretário de Educação Valorização e Prevenção da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, Pehkx Jones Gomes da Silveira.
O superintendente de Segurança de Mato Grosso do Sul, lembrou ainda que do total de mais de 16 mil prisões realizadas pelas polícias do Estado em 2015, 50,5% foram por tráfico de drogas, sendo que 60% dos presos são oriundos de outras unidades da federação. “Os crimes transfronteiriços refletem diretamente no restante do país, então, o ideal é que os outros Estados e o país fomentem políticas de divisas para evitar que armas e drogas cheguem aos grandes centros”, sugeriu o delegado Antônio Carlos Videira.
Uma nova audiência pública para debater o tema foi marcada pelo presidente Subcomissão Permanente para tratar do Combate ao Crime Organizado, da Câmara do Deputados, deputado Moroni Torgan, para o dia 03 de novembro, às 11 horas no plenário 6 da Casa de Leis.