Campo Grande (MS) – Para unificação dos atendimentos prestados às mulheres vítimas de violência, a Subsecretaria de Políticas para Mulheres, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast) reuniu na manhã desta terça-feira (22) profissionais que prestam atendimento psicossocial no Centro Especializado de Atendimento a Mulher (CEAM), na Casa Abrigo e na Casa da Mulher Brasileira, local em que foi realizada a capacitação. Desde a inauguração da Casa da Mulher Brasileira, mais de 5 mil mulheres procuraram atendimento.
Segundo Luciana Azambuja, subsecretária da Mulher, a capacitação foi articulada para unificar os atendimentos e, assim, ter um protocolo com as informações das mulheres que buscam orientação. “A Subsecretaria e a Casa da Mulher Brasileira foram criadas no início do ano e, para uma construção coletiva com excelência de atendimento, foi discutida uma forma de adotar um modelo padrão para direcionar os trabalhos. Esse modelo de atendimento deve contar com um banco de dados contendo todas as informações dos procedimentos”, disse Luciana.
O primeiro atendimento é feito pela Casa da Mulher Brasileira, com acolhimento e, após triagem, é feito o direcionamento ou para Delegacia Especializada da Mulher ou para a CEAM que presta acompanhamento psicológico, e até mesmo para a Casa Abrigo, local que abriga mulheres que correm risco de morte.
A coordenadora da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, Heloísa Castro Berro, disse que é fundamental aprimorar essa rede de atendimento à mulher. “Essas mulheres chegam vulneráveis por isso, é essencial esse trabalho em rede. Muitas nos procuram com histórico de agressões e com receio em denunciar”, descreveu Heloísa.
Denúncias
Outras mulheres, no entanto, como a enfermeira C.F. de 25 anos, criam coragem e denunciam seus agressores. C.F. esteve na Casa da Mulher Brasileira e foi encaminhada a DEAM para denunciar um ex-namorado, dependente de substâncias psicoativas, que após surto a agrediu. “Namoramos por 4 anos e há mais de 2 anos terminamos a relação porque ele começou a fazer uso substâncias ilícitas. Após algum tempo, ele foi diagnosticado com esquizofrenia, eu sendo enfermeira resolvi ajuda-lo. Ele estava medicado e aparentemente bem. Mas, no último fim de semana depois de um surto, invadiu meu apartamento e tentou me agredir. Procurei ajuda e já requeri a medida protetiva”, informou C.F.
A estudante F.C., 20 anos, também denunciou agressão sofrida pelo ex-namorado com quem conviveu por 5 anos e tem uma filha de 10 meses. “Ele é muito agressivo, no domingo (20) após beber saiu e voltou nervoso e me agrediu. Tive um corte profundo na testa e estou com vários hematomas. Durante a semana, ele cumpre pena no semi-aberto por assalto. Denunciei porque não quero mais viver o que vivo hoje”, destacou a estudante.
A DEAM recebe cerca de 70 atendimentos por dia e desde a inauguração da Casa da Mulher Brasileira já foram realizados até o início de setembro, 19.498 atendimentos.
Conferência para Mulheres
Na oportunidade houve a convocação para a 3ª Conferência Municipal para as Mulheres, com o tema “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”, que será realizada na próxima quinta-feira (24), a partir das 8h, no Centro de Múltiplas Referências e Convivência do Idoso – Vovó Ziza, no bairro Tiradentes.
Solange Mori, da Assessoria de Comunicação da Vice-Governadoria e da Sedhast
Fotos: Xuxa