Campo Grande (MS) – As condições climáticas não são favoráveis à redução dos focos de calor esta semana no Pantanal de Mato Grosso do Sul, por falta de chuvas, alta temperatura, baixa umidade e vegetação seca. Diante dessa situação crítica, o Governo do Estado reavaliou as ações de combate às queimadas na região e iniciou, nesta segunda-feira (4), o remanejamento do grupamento e aeronaves que estão combatendo o fogo em quatro municípios.
Além dos focos no Pantanal, que avançam para a região do Forte Coimbra, entre Corumbá e Porto Murtinho, e para a borda do Parque Estadual do Rio Negro, no centro do bioma, o Corpo de Bombeiros e o Imasul (Instituto do Meio Ambiente de MS) se mobilizam para uma ação preventiva no Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema, no extremo Sul, na bacia do Rio Paraná, onde ocorrem focos em área situada na divisa do Estado com o Paraná.
O secretário estadual Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), participou de uma reunião na Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), onde foi discutido um novo planejamento da Operação Pantanal 2, incluindo logística, comunicação e liberação de recursos. Presentes o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Joílson Alves do Amaral, representantes do Imasul, Cedec, Ibama, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar Ambiental (PMA).
Uma semana crítica
“A situação é extremamente preocupante, novos focos surgiram de domingo para cá, e decidimos intensificar os combates por terra e ar, de forma coordenada, onde contamos com o apoio do Exército na parte logística”, informou o secretário. “Fizemos um planejamento para a semana com base nas previsões meteorológicas, sabendo que será uma semana crítica com o ponto de vista dos combates devido à ausência de chuvas e altas temperaturas”, completou.
Verruck observou que este período do ano sofre uma das maiores estiagens no Estado, exigindo uma atenção redobrada no monitoramento e combate dos focos de calor, para que não ocorra mais prejuízos da biodiversidade e na economia ou perda de vidas. Citou que o Rio Paraguai apresenta um dos menores níveis dos últimos 20 anos, registrando 1,20m nesta segunda-feira na régua de Ladário. Em 2018, no mesmo período, o rio apresentava 2,60m.
A força-tarefa de combate aos incêndios conta hoje com 120 homens – 70 do Prevfogo do Ibama e 50 bombeiros -, além de três aviões Air Tractor (dois do ICMbio e um do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso) e três helicópteros (Polícia Militar/MS), Ibama e Polícia Rodoviária Federal). O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal reforça a operação com 35 homens, dos quais oito já estão na área de combate, e os demais se integram nesta terça-feira.
Pantanal: 92% dos focos
Segundo dados de satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os focos em Mato Grosso do Sul, nesta segunda-feira (4), somam 2.228, dos quais 2.088 (92%) concentrados nos pantanais de Corumbá, Aquidauana, Miranda e Porto Murtinho. O fogo que avançava para a região de Forte Coimbra foi combatido e controlado na Fazenda Piúva. Novas queimadas foram registradas no Passo do Lontra, comunidade situada na Estrada-Parque (MS-184).
O comandante do Corpo de Bombeiros/MS, coronel Joílson Amaral, disse que o novo planejamento vai permitir um combate mais sincronizado entre brigadistas e aeronaves e uma ação mais rápida em áreas de difícil acesso. Informou que os quartéis da corporação, situados na área crítica, estão de prontidão caso haja necessidade de envio de mais bombeiros aos pontos de calor. “Já deslocamos uma equipe para proteger o Parque de Ivinhema”, adiantou.
Presente à reunião na Sala de Situação da Cedec, a meteorologista Franciane Rodrigues, do Centro de Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC), fez um relato da situação climática e das previsões para o corrente mês, fundamental para o planejamento da Operação Pantanal 2. Ela adiantou que esta semana não chove no Pantanal, com temperatura elevada. As precipitações ocorrerão a partir do dia 11 – e acima das médias pluviométricas.
Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretarsia de Comunicação (Subcom)
Fotos: Chico Ribeiro