Campo Grande (MS) – O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf, participou na manhã desta quinta-feira (03), dos debates sobre a eficácia da legislação no combate ao crime organizado, dentro de um dos painéis propostos pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), no evento realizado no auditório da Receita Federal em Campo Grande, no Dia Nacional do Contrabando.
Mediado pelo jornalista Mauri Konig, premiado com a matéria intitulada “Império das Cinzas”, onde ele denunciou a máfia do contrabando, o painel contou ainda com a participação de Mário Bertuol, do Tribunal de Contas da União, do juiz Federal Odilon de Oliveira, do procurador do Ministério Público Federal, Sílvio Pettengill Neto e do promotor de Justiça de Mato Grosso do Sul, Ricardo Rotunno.
O secretário de Segurança destacou durante o debate que as ações de combate ao contrabando só surtirão efeitos com um alinhamento de proposições e a realização de trabalhos pontuais de conscientização junto à sociedade. “Muitas pessoas não gostam de pagar impostos e veem o contrabando e descaminho como crimes amigos”, disse Silvio Maluf que ainda apontou as penas leves e a falta de impunidade como ambientes férteis para o contrabando.
De acordo com o secretário Mato Grosso do Sul paga um preço muito alto pelo combate ao crime organizado e contrabandidas nas fronteiras com o Paraguai e a Bolívia. “Hoje mais de 14% dos presos do Estado são de outras unidades da Federação e cada um deles custa ao Governo Estadual mensalmente a quantia de R$ 1.750, impactando sobremaneira os gastos com segurança”, destacou Maluf.
Já o promotor Ricardo Rotunno lembrou que é preciso olhar o contrabando como um crime grave. “Por trás do contrabando estão fortes e impiedosas organizações criminosas que atuam também em crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, tráfico de drogas e muitos homicídios”, frisou.
Realizado pelo IDESF, o evento que trouxe para Mato Grosso do Sul a discussão dos prejuízos do contrabando para os cofres públicos foi aberto no início da manhã pelo governador Reinaldo Azambuja, que assistiu a apresentação de um estudo intitulado “Rotas do Crime – As Encruzilhadas do Contrabando”, que mapeia as principais entradas de mercadorias ilegais e o caminho percorrido por esse crime.
De acordo com o estudo no último ano o país deixou de arrecadar mais de R$ 115 bilhões com o crescimento de 15% nos crimes de contrabando, sendo Mato Grosso do Sul a porta de entrada para os produtos ilegais que chegam aos grandes centros do país.
Joelma Belchior – Assecom/Sejusp
Fotos: Chico Ribeiro