Campo Grande (MS) – As reuniões articuladas pelo governador Reinaldo Azambuja com o ministro da Justiça, José Eduardo Cadozo, e demais autoridades para distensionar o conflito fundiário em Mato Grosso do Sul tiveram início por volta das 10h30 e seguem durante a tarde.
“É providencial a vinda do ministro. É possível construir uma solução com a presença dos entes presentes, mais Ministério Público e CNJ, já que as questões das demarcações estão judicializadas. Acredito que no diálogo podemos criar um cronograma de resultado, que possa distensionar a situação para alcançarmos uma efetiva solução”, afirmou Reinaldo.
José Eduardo Cardozo fez questão de enfatizar a necessidade de manter a ordem pública. “Não aceitaremos incitação a violência, seja de qualquer parte. E não toleraremos desrespeito a ordem pública em hipótese alguma. O que eu faço é um apelo pela mediação, com a presença das partes envolvidas, governo estadual e federal, Funai, Advocacia Geral da União (AGU), Ministério Público federal (MPF) e judiciário”, declarou o ministro.
O procurador da República, Ricardo Pael Ardenghi, informou que a situação em Antônio João é de profunda apreensão, com um clima de paz que não é verdadeiro. “Os fazendeiros estão enclausurados nas sedes das propriedades e os indígenas impedidos de entrar na cidade. Um verdadeiro clima de terrorismo. A instalação de um clima de paz é o primeiro passo para que possamos começar a negociar”, avaliou o procurador.
Para o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Emmanoel Campelo, a mediação é o único instrumento capaz de dar solução definitiva para o conflito.
Disputa
Há aproximadamente duas semanas propriedades rurais em Antônio João, Aral Moreira, Bela Vista e Ponta Porã foram palco de diversos conflitos entre indígenas e produtores rurais. O acirramento da disputa pela posse de propriedades rurais culminou com a morte do indígena Simião Fernandes Vilhalva.
O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello – que participa das reuniões – garantiu que a investigação para apurar a morte de Simião já está em andamento. “Estamos investigando. O inquérito será concluído com a verdade”, ressaltou.
Nesse momento o governador, ministro e demais autoridades estão reunidos no auditório com representantes dos produtores rurais. No período da tarde ouvirão também os indígenas.
Diana Gaúna, com informações de Ludyney Moura
Fotos: Chico Ribeiro