Campo Grande (MS) – O governador Reinaldo Azambuja voltou a defender nesta quarta-feira (17.1) uma atuação do governo federal nas fronteiras para impedir o tráfico de drogas e armas que alimentam a violência nos grandes centros urbanos. Ele falou sobre o assunto ao ser questionado na abertura da feira agropecuária Showtec, em Maracaju – a 160 quilômetros de Campo Grande.
“Hoje, o Brasil fica enxugando gelo. Seria muito mais tranquilo e mais viável um fechamento ostensivo nas fronteiras, a presença das forças federais. Não adianta ficar ali no Rio de Janeiro, sendo que a porta de entrada das drogas no país é pela divisa com Bolívia e com Paraguai”, disse.
Reinaldo Azambuja afirmou não existir a presença efetiva das polícias Federal e Rodoviária Federal nas fronteiras de Mato Grosso do Sul. O Estado possui 1.517 quilômetros com Paraguai e Bolívia, incluindo 549 quilômetros de fronteira seca. “Dando atenção às fronteiras vai diminuir muito os problemas nos grandes centros. Acho que esse é o caminho para diminuir a criminalidade, enfrentar essas facções e assim diminuir o aumento da criminalidade dos grandes centros”, afirmou.
Em Mato Grosso do Sul, as forças estaduais de segurança apreenderam somente no ano passado 427 toneladas de drogas que entraram no País por meio das fronteiras com Paraguai e Bolívia. Para Reinaldo Azambuja, o Brasil está na contramão em relação à segurança pública. “Todo país que você visitar no mundo cuida das fronteiras. O Brasil, infelizmente, não”.
Outro problema enfrentado por Mato Grosso do Sul é o grande número de presos por crimes transnacionais, que ficam sob responsabilidade do Estado. Dos 16 mil detentos no Estado, mais de 7 mil cumprem pena por crimes federais. Uma massa carcerária que custa a Mato Grosso do Sul R$ 127,3 milhões ao ano.
Paulo Fernandes e Bruno Chaves – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Foto: Chico Ribeiro