Três Lagoas (MS) – O uso de recursos off-line no trabalho pedagógico oferecido a reeducandos da Penitenciária de Três Lagoas (PTL) foi um dos vencedores da “2ª Mostra de Tecnológica – Tecnologias Contemporâneas a Serviço da Educação”, promovida pela Secretaria de Estado de Educação, por meio do seu Núcleo de Tecnologia Educacional no município.
A mostra analisou e premiou projetos de utilização de mídias e tecnologias para os novos desafios de ensino. Ao todo, foram analisados 37 projetos de escolas estaduais da Região do Bolsão, sendo escolhidos os seis melhores deste ano.
No projeto de ressocialização, que recebeu o nome de “Softwares Offline: Aprendizagem na Unidade Prisional”, os educadores encontraram uma alternativa para promover a relação entre tecnologia e aprendizagem, com o uso de recursos off-line, ou seja, sem conexão à internet ou à uma rede, nas aulas dos ensinos fundamental e médio, realizadas no estabelecimento penal.
A iniciativa na penitenciária é resultado de um trabalho conjunto entre a direção da PTL, a Escola Polo “Regina Anffe Nunes Betine”, responsável pelo ensino em presídios do estado, e o Núcleo de Tecnologias Educacionais de Três Lagoas. O trabalho adaptou os recursos tecnológicos disponíveis à proibição de detentos terem acesso à internet, além do estímulo ao uso de softwares em disciplinas curriculares, como Português e Matemática.
O projeto foi desenvolvido por docentes e coordenação da unidade escolar da PTL, em conjunto com o professor gerenciador de tecnologia e recursos midiáticos (Progetec), Marcus Vinícius Venturelli Teodoro, do Núcleo de Tecologia
Para a efetivação do projeto, a coordenação pedagógica da Escola Polo, como o apoio da administração da penitenciária, realizou oficinas de softwares off line e do Office para os professores, objetivando a inserção da utilização de tecnologias nas aulas. “Usaram o Paint em aulas de artes, o Rapins Type em Língua Portuguesa, o Excel em Matemática, etc.”, explica do diretor do presídio, Raul Augusto Aparecido Sá Ramalho.
Houve também uma oficina sobre Scratch 2.0 aos professores, uma linguagem de programação gráfica que facilita a criação de jogos, animações, tutoriais, entre outros recursos, no computador. “A oficina teve como foco a aplicação da linguagem computacional na aprendizagem de Matemática pela elaboração de objetos de Scratch pelos estudantes”, explica a coordenadora pedagógica da escola Regina Betine na penitenciária, Rosana Cláudia da Silva.
Segundo Rosana, “o projeto continuará em prática, pois o uso do computador e do softwares offline tem se mostrado o diferencial na aprendizagem de reeducandos que encontram, na unidade escolar da penitenciária, a possibilidade de ressocialização”.
A solenidade de premiação dos projetos foi realizada no início deste mês e contou com a participação da secretária de Estado Educação, Maria Cecília Amêndola da Motta, que em seu discurso elogiou o trabalho realizado no estabelecimento penal. Para a secretária, a iniciativa é um “estímulo às pessoas privadas de liberdade a buscarem a educação como meio de recomeçar”.
O desenvolvimento do projeto “Softwares Offline: Aprendizagem na Unidade Prisional” também contou com a participação dos professores Alisson Silva, Bruna Dias Jussara Soares, Márcia Coimbra. O Progetec), Marcus Vinícius Venturelli Teodoro, ganhou o “prêmio destaque” na categoria “Desenvolvimento da proposta didático pedagógica 2016 – uso de tecnologia da contemporaneidade”.
Também participaram da solenidade de premiação o superintendente de Infraestrutura e Apoio Operacional da SED, Helio Queiroz, e a diretora do Núcleo de Tecnologia Educacional de Três Lagoas, Diva Fonseca Soares, entre outros.
Texto: Assessoria de Comunicação da Agepen