Ponta Porã (MS) – O calçado é considerado um perigoso transportador de germes, bactérias e vírus, conforme apontam especialistas em infectologia e biossegurança. Desta forma, para combater a proliferação da Covid-19, a equipe da Unidade Penal “Ricardo Brandão”, em Ponta Porã, decidiu criar um mecanismo prático para desinfectar as solas dos sapatos de todos que adentram o presídio. Com materiais recicláveis, foi possível instalar um potente “tapete de higienização” na portaria da unidade.
Para garantir baixo custo e resistência, o mecanismo foi feito com uma chapa de calha, coberta com tecido, e bordas de madeira. O processo de higienização consiste em colocar água sanitária sobre a chapa de calha e cobrir o líquido com uma manta. Assim, todos, que chegam à unidade têm seus solados dos calçados desinfectados, evitando levar germes e até mesmo o coronavírus para dentro do estabelecimento prisional.
A criatividade eficaz da direção e equipe de servidores do local rendeu elogio formalizado junto à Ouvidoria da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). “Estive visitando a unidade de Ponta Porã e quero parabenizar a excelente ideia de colocar a disposição das pessoas recipiente para esterilizar os calçados de quem lá passa”, registrou um cidadão no sistema eletrônico E-OUV.
“Ficamos muito surpresos com o elogio, foi uma atitude simples e que repercutiu”, afirmou o diretor da UPRB, Carlos Jardim. “Às vezes, tomamos decisões que nem mesmo nós conseguimos mensurar o impacto, tanto negativo como positivo”, destacou, reforçando que a iniciativa é resultado de um trabalho coletivo.
A ideia rendeu frutos e já virou virou realidade em outras unidades como a Penitenciária Estadual de Dourados (PED), o Estabelecimento Penal Feminino de Rio Brilhante e a Penitenciária de Três Lagoas (PTL), que também adaptaram a higienização dos calçados conforme suas necessidades.
Texto: Tatyane Santinoni e Keila Oliveira – Agepen
Fotos: divulgação