Campo Grande (MS) – Reeducandas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), na Capital, irão trabalhar com a confecção de perucas destinadas a mulheres que fazem tratamento contra o câncer. A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul e o Hospital de Câncer.
A proposta prioritária desta ação mútua é o resgate da autoestima das mulheres em situação de prisão, sanando a ociosidade, e das que estão em tratamento da doença e que, durante a quimioterapia, perdem o cabelo, o que, muitas vezes, traz sequelas físicas e emocionais.
Pelo projeto, idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, o Conselho da Comunidade de Campo Grande irá fornecer o maquinário e os materiais necessários para a produção, além de financiar o curso para as custodiadas. A ideia surgiu após o magistrado conhecer um trabalho semelhante desenvolvido no Centro Prisional Feminino de Colatina, no Espírito Santo.
O diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, se reuniu recentemente com a diretora do EPFIIZ, Mari Jane Boleti Carrilho, para discutir sobre o desenvolvimento desse projeto de inclusão. “É muito positiva essa iniciativa, estaremos ajudando pessoas que estão num momento tão difícil e, ao mesmo tempo, dando oportunidade de ocupação produtiva às nossas custodiadas”, disse Stropa. “Também é uma forma de se profissionalizarem nessa área”, completou.
Segundo a diretora do EPFIIZ, o presídio deverá ficar responsável em obter um instrutor para ensinar as reclusas a confeccionarem as perucas de cabelo natural. “Após a primeira instrução, as custodiadas serão monitoras das demais e, assim, sucessivamente, dando continuidade aos trabalhos”, explica . Além do aprendizado, o trabalho garantirá remição de pena para detentas, conforme a Lei de Execução Penal.
Não há data prevista para o início do projeto, conforme Mari Jane, devido a ainda não ter encontrado um profissional habilitado para ministrar o curso de confecção de perucas.
Keila Oliveira