Campo Grande (MS) – Rotas do Crime – As encruzilhadas do Contrabando é o tema do seminário que acontece nesta quinta-feira (02) em Campo Grande, onde especialistas no assunto se reúnem para discutir e buscar soluções eficazes para a problemática que causa prejuízos de bilhões todos os anos ao Estado e ao país.
A abertura do evento acontece às 8 horas da manhã no auditório da Receita Federal, no Parque dos Poderes e conta com as presenças do governador Reinaldo Azambuja, do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Silvio Maluf, do assessor especial para assuntos de fronteira da Secretaria Nacional de Segurança Pública, José Freitas Legas e do superintendente da Receita Federal, José Oleskovicz.
O seminário marca o Dia Nacional de Combate ao Contrabando, instituído como 3 de março pela Frente Parlamentar de Combate ao Contrabando do Congresso Nacional, presidida pelo deputado Ifrain Filho (DEM-PB) e composta por um pools de entidades.
A proposta do debate é do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), que realizou este mesmo evento em Foz do Iguaçu, no Paraná, no ano passado, onde foi apresentado um estudo do chamado custo do contrabando, que representa os prejuízos deste tipo de crime para a União, estados, indústrias e sociedade.
Em Campo Grande, capital do estado com uma das maiores fronteiras secas do país e por onde entram no Brasil grande parte dos produtos contrabandeados, será apresentado um novo estudo que fala sobre as rotas do crime e as encruzilhadas do contrabando, em dois painéis, um com as forças de segurança e outra com o Poder Judiciário e o Ministério Público, tratando das legislações e suas eficácias no enfrentamento ao crime organizado.
O secretário Silvio Maluf participa do painel Legislação e Eficácia no Enfrentamento ao Crime Organizado, juntamente com representante do Tribunal de Costas da União, o juiz federal Odilon de Oliveira, o procurador do Ministério Público Federal, Sílvio Pettengill Neto e o promotor de Justiça, Ricardo Rotunno. Todos os painéis serão mediados pelo jornalista Mauri Conig, mundialmente conhecido e premiado com a matéria intitulada “Império das Cinzas”, onde ele denunciou a máfia do contrabando.
Prejuízos
O Brasil perde com a entrada de contrabando no país o valor estimado de R$ 115 bilhões todos os anos. Só o contrabando de cigarros movimenta o equivalente a R$ 6,8 bilhões, principalmente de cargas que adentram o país por Mato Grosso do Sul.
O Departamento de Operações de Fronteira (DOF), força especializada no combate e repressão aos crimes transfronteiços, no ano de 2015 tirou de circulação aproximadamente 150 milhões de reais em apreensões de contrabando e descaminho.
Dos produtos que acabam causando prejuízos financeiros ao Estado, o DOF apreendeu 9 toneladas de confecções, 250 mil cartelas de medicamentos, 4 toneladas de brinquedos, 1,2 mil pacotes de suplementos, 1,4 mil quilos de agrotóxicos e 1 milhão de pacotes de cigarros.
Segundo Luciano Stremel Barros, presidente do IDESF, o objetivo do evento é também chamar a atenção do Governo Federal para o fato de que o Estado carece de investimentos federais em área de segurança, como melhor aparelhamento, infraestrutura e contratação de servidores para os órgãos federais como Polícia Federal, Receita Federal, bem como, mais programas de incentivo que gerem empregos e renda para a população.