Está em andamento nesta quarta-feira (22), em diversas cidades do estado, a Operação Dark Money, da Polícia Civil, que tem por objetivo dar cumprimento à mandados de prisões e buscas e apreensões de pessoas envolvidas com corrupção na cidade de Maracaju.
As ações tiveram início às 6 horas da manhã de hoje nos municípios de Maracaju, Corumbá, Ponta Porã, Campo Grande e Umuarama, no Paraná. Participam da operação 60 policiais civis de Mato Grosso do Sul e do Paraná.
Estão sendo cumpridos 6 mandados de prisão temporária, 26 mandados de busca e apreensão, além de bloqueio de bens e outras medidas cautelares determinadas pela Justiça. Um dos alvos é considerado foragido.
De acordo com a diretora do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), delegada Ana Cláudia Medina, que coordena a Operação Dark Money, as prisões são consequências de um trabalho de investigação que apurou um esquema criminoso que em 2019/2020 desviou mais de R$ 23 milhões dos cofres públicos de Maracaju.
As ações policiais miram servidores públicos que atuaram no alto escalão do executivo municipal no exercício de 2019/2020, bem como, empresários e empresas com envolvimento no esquema.
A operação está sendo coordenada pelo Dracco e conta com participações de diversas delegacias do estado e também do Paraná, dentre elas, Paraíso das Águas, Naviraí, Nova Andradina, Nova Alvorada, Corumbá, Ponta Porã, Nova Alvorada do Sul, Itaporã, Rio Brilhante, mundo novo e Maracaju, 1°, 2° e 3° DP de Campo Grande, Grupo de Operações e Investigações (GOI), Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes de Roubos e Furtos (Derf), Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), Departamento de Inteligência Policiail (DIP) e Grupo de Diligências Especiais (GDE) da Polícia Civil do Paraná.
“A expressão Dark Money é uma alusão à natureza do dinheiro, fruto da corrupção sistêmica que atinge setores públicos e perpetrada por seus gestores”, explicou Medina.
Entenda o caso
Equipes do Dracco, com o suporte técnico do Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), constataram que foi criada uma conta bancária de fachada, por onde foram promovidos mais de 150 repasses de verbas públicas em menos de 1 ano. A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de R$ 23 milhões às empresas, sem qualquer lastro jurídico para amparar os pagamentos.
Muitas das empresas beneficiárias não mantinham relação jurídica com a prefeitura. Além disso, não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas, operações legais que devem ser observadas pelos entes públicos.
Diante da gravidade dos fatos, foram requeridas ao Judiciário de Maracaju várias medidas cautelares como mandados de prisão temporária contra servidores públicos e particulares, busca e apreensão em empresas, bloqueio de bens e outras, todas cumpridas na presente data pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, após parecer favorável do Ministério Público e decisão do Poder Judiciário da Comarca de Maracaju.
Qualquer informação que possa levar à recuperação dos ativos desviados bem como à identificação de outros envolvidos no esquema criminoso podem ser direcionados ao Dracco por meio das redes sociais e no endereço de email dracco@pc.ms.gov.br ou pelo telefone (67) 3323-6900.
Texto: Carlos Eduardo – Assecom/PCMS