Campo Grande (MS) – O Governo do Estado desmobilizou a força-tarefa criada na semana passada para combater os focos de calor no Pantanal de Corumbá, com o apoio do helicóptero da Polícia Militar de MS e dos aviões Air Tractor do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e Distrito Federal. Os maiores focos, localizados na Fazenda Santa Tereza, foram extintos após intenso trabalho aéreo e terrestre, envolvendo 63 bombeiros e voluntários.
Após vistoria nas áreas mais afetadas pelo fogo, que surgiu em março na região, o coordenador da operação, tenente-coronel Waldemir Moreira Junior, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros/MS, anunciou nesta terça-feira (28) o fim da missão. A força-tarefa, que durou seis dias, foi desencadeada pela Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).
Situação de emergência
O secretário Jaime Verruck, da Semagro, destacou a parceria com instituições de outros estados para a formação de uma rede de prevfogo para combate efetivo aos focos, salientando que o Governo do Estado está focado nessa ação e vai atuar fortemente também no monitoramento e fiscalização, por meio do Imasul, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar Ambiental, para que não ocorra reincidência de focos.
“Hoje estamos com todos os recursos voltados para o combate às queimadas no Pantanal, com uma ação conjunta estrategicamente montada pelo governo e, ao mesmo tempo, avaliando e criando todos os elementos para se decretar estado de emergência na região, medida recomendada pela Defesa Civil, considerando as condições climáticas de curto prazo, que são bastante críticas”, afirmou Verruck.
Recorde de focos
A ação acorreu após a administração estadual registrar, de janeiro a abril de 2020, um número 40% maior de focos de queimadas na região em relação ao mesmo período do ano passado. O baixo índice pluviométrico no início do ano, quando ocorre normalmente o processo de inundação no Pantanal, associado às altas temperaturas, baixa umidade e acúmulo de biomassa, são as causas de grande incidência das queimadas provocadas pelo homem.
“A seca na região vai se prolongar, teremos períodos ainda mais críticos nos próximos meses, e os focos vão continuar ressurgindo”, alertou o tenente-coronel Moreira. Ele lembrou que o uso do fogo é um hábito cultural dos povos tradicionais que habitam as margens dos rios pantaneiros, com os focos de calor surgindo, na maioria dos casos, por meio de práticas criminosas, que estão sendo investigadas pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar Ambiental.
Apoio do Ibama
Com lançamento de água pelos aviões Air Tractor e combate terrestre, foi possível controlar a grande mancha de fogo que queimou mais de 13 mil hectares na Fazenda Santa Tereza, situada na morraria da Serra do Amolar, ao Norte de Corumbá. Brigadistas permanecem na área fazendo o trabalho de rescaldo para garantir a eliminação dos focos remanescentes que possam reacender as chamas. Também foram extintos os focos na Baía do Cedro, na mesma região.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o combate aos focos permanece na área de entorno da Fazenda Jatobazinho e Porto Laranjeiras – região do Paraguai-Mirim -, onde o fogo se propaga em direção a campos alagados, com expectativa também de serem extintos naturalmente. O Ibama anunciou deslocamento para a região de 15 brigadistas e um helicóptero, a partir desta quarta-feira. O deslocamento aéreo da tropa é essencial devido as dificuldades de acesso.
Texto: Sílvio de Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)