A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp/MS) manifesta profundo pesar pela morte do Coronel Adib Massad, ocorrida na tarde desta quarta-feira (03), no Hospital da Unimed, em Campo Grande. Ele tinha 91 anos e deixa a esposa, Constantina, com quem era casado há mais de 60 anos e 7 filhos.
O governador Reinaldo Azambuja lamentou a morte do coronel Adib, afirmando que o ex-militar deixa um legado de honradez e dedicação ao bem-estar da sociedade, a quem sempre serviu. “Foi um exemplo como militar e como cidadão”, disse Reinaldo Azambuja.
O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, amigo pessoal e de quem o coronel Adib foi chefe no GOF, também lamentou a grande perda. “Foi exemplo de homem e profissional, honrou a farda, a carreira e revolucionou a segurança pública, colocando ordem e devolvendo a paz para a região de fronteira. O Coronel Adib deixa seu nome cravado na história e, como legado nos deixa o Departamento de Operações de Fronteira, DOF, que hoje tem reconhecimento nacional e até internacional no combate aos crimes transfronteiriços”, disse Videira.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, usou o Tweeter para lamentar a morte do Coronel Adib. “Hoje, a Segurança Pública Nacional está de luto. Aos 91 anos, deixou-nos o lendário Cel. Adib Massad. Ele se tornou uma lenda da PM/MS ao reduzir a criminalidade na fronteira com o Paraguai quando comandou o atual DOF, em Dourados. Meus sentimentos à família!”, escreveu.
História
Nascido em Cáceres (MT), em 22 de abril de 1929, de origem árabe, o coronel Adib Massad foi um dos policiais militares mais respeitados em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em seus mais de 31 anos de carreira.
Tornou-se uma lenda viva ao restaurar a ordem pública e reduzir a criminalidade na região de fronteira com o Paraguai no comando do antigo GOF (Grupo de Operações de Fronteira), hoje DOF (Departamento de Operações de Fronteira), em Dourados, na década de 1990.
De poucas palavras, reservado, comedido, humilde e de caráter inabalável, o Coronel Adib marcou sua trajetória policial pela coragem, determinação, disciplina e liderança. Para seus subordinados, foi mais além: um homem enérgico, porém justo, e operacional.
Iniciou carreira como oficial da Polícia Militar de Mato Grosso em 1953, assumindo, três anos depois, o cargo de delegado na cidade natal, Cáceres. Mesma função desempenhada em Poxoréu, Rondonópolis e Dom Aquino, no Norte o Estado, e em Jardim, Paranaíba e Porto Murtinho, ao Sul.
Foi delegado regional em Dourados e delegado de Roubos e Furtos em Cuiabá. Em 1966, comandou o 1º Batalhão da Polícia Militar de Campo Grande e, em 1975, a 4ª Companhia da Polícia Militar em Ponta Porã. Foi titular da Delegacia Especializada na Área de Tóxicos, Entorpecentes e Crimes Contra o Patrimônio, entre 1979/1980.
Depois de chefiar o Estado Maior da PM com a patente de coronel, em 1987, ganhou notoriedade nacional ao comandar o GOE (Grupo de Operações Especiais) e o GOF (Grupo de Operações de Fronteira), entre 1988/1995.
Águia da Fronteira
Integrado por policiais militares e civis, O GOF ficou conhecido como a “Águia da Fronteira”. Em 1993, a sociedade organizada e Dourados, em homenagem ao Coronel Adib e seus comandados, espalhou outdoors pela cidade com os seguintes dizeres: “nas garras desta águia repousa a tranquilidade”.
No livro biográfico “Coronel Adib – A História”, de 2007, de autoria do escritor cearense Guimarães Rocha, também ex-policial militar, Massad conta que o GOF era uma corporação com apenas 50 homens e cinco viaturas, mas, apesar das dificuldades, teve uma atuação ímpar no combate à criminalidade.
“Todos respeitavam o GOF”, disse. “A ponto de nossas viaturas, ao passarem pela segunda vez numa altura qualquer da cidade (Dourados), já não encontrarem as mesmas pessoas avistadas. Mesmo o cidadão comum sabia que a viatura indicava um lembrete para endireitar os passos (…)”.
Ao deixar a corporação, o Coronel Adib foi eleito vereador no município com uma votação histórica, em 1996, um reconhecimento público ao trabalho que desempenhou no combate ao narcotráfico, descaminho e roubos de veículos, que era frequente na época.
Com informações da Subsecretaria de Comunicação, Subcom
Foto: Wagner Guimarães