População sul-mato-grossense não considera a Polícia Militar como uma instituição violenta
Campo Grande (MS) – Pesquisas divulgadas em nível nacional colocaram Mato Grosso do Sul na segunda posição no ranking entre os estados que mais apresenta redução de mortes em decorrência de intervenções policiais durante confrontos. Na mesma linha, outro estudo ainda aponta que a população considera a Polícia Militar como uma das instituições de Segurança Pública menos violenta da região Centro-Oeste.
Conforme o levantamento publicado neste domingo (28.6) pelo Jornal O Globo, o Estado apresentou um índice positivo com a redução de 63,64% de mortes em decorrência de intervenções policiais durantes confrontos. Mato Grosso do Sul foi na contramão do restante do país que registrou aumento de 26% nos casos. O estudo foi realizado com 15 unidades federativas. Paraíba ficou em primeiro lugar com redução de 71,43%.
Os números são ainda mais satisfatórios se considerarmos os primeiros cinco meses de 2019 com o mesmo período de 2020. Dados divulgados pela Superintendência de Inteligência e Segurança Pública, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), apontam que a redução foi ainda maior. De janeiro a maio de 2019, 30 ocorrências resultaram em mortes. No mesmo período deste ano, foram registradas apenas nove mortes. A redução chegou a 70% nos casos. Os meses de fevereiro e março não registram mortes e chegou a elevar o índice a 100%.
Para o atual Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Marcos Paulo Gimenez, vários fatores contribuíram para que os resultados positivos. “Isso mostra que houve uma ação mais efetiva com a presença do policial em mais áreas de atuação. Nós tivemos aumento de apreensões de drogas, os níveis de ocorrências aumentaram, mas houve a redução da letalidade durante os confrontos. Isto mostra que os agentes infratores estão obedecendo às ordens dos policiais”.
Delegado-Geral da Polícia Civil em Exercício, Adriano Garcia Geraldo, lembra que o fato de ter o confronto não significa que a polícia seja mais ou menos violenta. “Toda ação requer uma reação. A redução da letalidade está mais para a não reação do infrator quando é abordado. Então, a Polícia Civil cumpre seu papel em defesa da sociedade”.
A Sejusp informa que os resultados positivos fazem parte da capacitação e aprimoramento técnico profissional oferecido ao efetivo das policiais Civil e Militar como valorização dos servidores. Isto contribui para a produtividade policial, redução dos índices criminais e uma menor letalidade durante ações policiais.
Confiança na Polícia
O Instituto Paraná Pesquisas, especialista em opinião pública, divulgou nesta segunda-feira (29.6), um levantamento realizado nos 26 estados e mais o Distrito Federal, onde entrevistou 2.258 pessoas em todo o país, entre os dias 23 e 26 de junho deste ano. O estudo quis saber se a população considera a Polícia Militar uma polícia violenta.
A pesquisa revelou que a população da região Centro-Oeste, 59% dos entrevistados não consideram a Polícia Militar uma polícia violenta. Se considerarmos todo território nacional, 55,9% consideram a PM uma instituição não violenta, 38,1% vê violência nos atos policiais e 6% não souberam opinar.
Para o coronel Marcos Paulo, os índices positivos junto à população apontam que a Polícia Militar em Mato Grosso do Sul vem especializando e usando o conhecimento para orientar a tropa. “Desenvolvemos um trabalho que segue as nossas leis e doutrinas. Os critérios de ação são sempre repassados aos policiais para uma abordagem, a legalidade, necessidade e proporcionalidade, isso faz a diferença. E atualmente, mesmo no período de pandemia, a PM realiza quatro cursos de formação e capacitação e esses conhecimentos são repassados aos alunos via aulas EAD”.
Rodson Lima, Sejusp
Foto: Edemir Rodrigues