Campo Grande (MS) – A assistência religiosa é realidade em presídios Mato Grosso do Sul por meio de agentes de diferentes denominações, que levam palavras de amor e fé aos custodiados, possibilitando que eles reflitam e acreditem em uma nova vida longe da criminalidade.
Como parte das ações desenvolvidas por esses grupos, foi realizado na última semana o 6º Louvorzão do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), envolvendo cerca de 200 internos da unidade prisional. O evento contou também com a participação de detentas do Estabelecimento Penal Feminino de Regimes Semiaberto, Aberto e de Assistência Ás Albergadas da Capital, que fazem parte do “Grupo Redenção”; elas apresentaram uma peça teatral sobre “o valor de Deus em nossas vidas”.
Presente na abertura da celebração, o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa Garcia, proferiu palavras de esperança e falou do “poder transformador da presença de Deus na vida das pessoas”.
De acordo com Stropa, a Agepen classifica a assistência religiosa como um dos meios mais efetivos para a ressocialização de custodiados do sistema prisional. Conforme o dirigente, atualmente, 14 denominações religiosas atuam nos estabelecimentos penais administrados pela agência penitenciária.
O diretor da unidade penal, Fúlvio Ramires, destaca que o Louvorzão, que já está em sua 6ª edição, é uma prova desse comprometimento do sistema penitenciário com a assistência religiosa. Segundo ele, a participação em grupos religiosos é muito importante no meio prisional, pois contribui para disciplina dos detentos.
Para o pastor Marcos Ricci, da 1ª Igreja Batista, que também participou da cerimônia, levar palavra de Deus a quem está encarcerado é uma missão importante. Há mais de 20 anos atuando juntos aos encarcerados, ele destaca que a maior dificuldade é conseguir a reinserção social do detento quando ele conquista a liberdade. Com esse foco, há 13 anos a Igreja Batista, sob sua coordenação, fundou a Associação Nova Criatura, que atende a egressos do sistema penitenciário. No local, além de receberem assistência material e documentos, os beneficiados também são encaminhados para o mercado de trabalho.
No IPCG, o pastor também coordena um curso livre de Teologia, promovido por meio de parceria entre a Agepen e a Associação Nova Criatura, com o apoio da Primeira Igreja Batista, Igreja Batista Boas Novas e a Escola de Treinamento Ministerial. Durante o curso, é oferecido um ensino bíblico de qualidade com conteúdo programático e apostilado. No momento 87 internos do IPCG participam da qualificação, realizada aos sábados, no período da manhã.
W.P S., de 31 anos, é um dos participantes. Segundo ele, estar no grupo religioso dentro da unidade prisional o tranquiliza, ameniza a saudade da família e faz refletir sobre os erros cometidos no passado. “Quero recomeçar com a esperança e o conforto que a palavra de Deus está me dando”, afirmou.
Também participaram do 6º Louvorzão a chefe da Divisão de Promoção Social da Agepen, Alessandra Siqueira; o chefe de Gabinete da Agepen, Dumas Torraca e a diretora do presídio semiaberto feminino de Campo Grande, Rita Luciana Domingues.