Seguindo o Protocolo de Contingência da Covid-19 no Sistema Prisional de Mato Grosso do Sul, do Centro de Operações de Emergência (Coem-MS), o Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) e o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG) estão recebendo mutirão de testagem da doença, após a incidência de casos entre reeducandos. As ações são realizadas pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).
Conforme o protocolo, a cada caso constatado todos os internos que tiveram contato estão sendo testados, além de testes em todos os que apresentam sintomas. No Instituto Penal de Campo Grande já foram realizados cinco dias de testes, entre testagens rápidas (cujo resultado é na hora) e moleculares (feitas através do swab e levado para análise laboratorial), sendo constatados 37 casos. O estabelecimento prisional abriga cerca de 1500 custodiados.
Da mesma forma, testes estão sendo aplicados na unidade de regime semiaberto da Gameleira, com 12 casos identificados entre os internos até o momento. O CPAIG possui cerca de mil reeducandos e no local estão sendo aplicados testes rápidos.
Em ambas unidades, não foi constatado nenhum caso grave, todos estão com sintomas leves ou assintomáticos. A separação necessária dos casos positivos já foi realizada, inclusive sendo observadas as situações de internos considerados “seguros”. Todos estão recebendo acompanhamento de saúde.
Conforme orientação do Comitê responsável por gerir e acompanhar as medidas de enfrentamento à Covid-19 nas unidades prisionais da Agepen, os familiares dos internos constatados estão sendo informados pelas equipes de serviço social dos presídios.
Desde o início da pandemia, várias medidas têm sido adotadas nas unidades prisionais do Estado com uso constante de máscaras pelos policiais penais, inclusive de protetores faciais (face shield) para os que atuam em maior contato com a massa carcerária e na recepção, além de fornecimento de máscaras para todos os internos.
Também é realizada desinfecção constante do ambiente, são disponibilizados materiais para higienização das mãos; é realizada a aferição de temperatura na recepção dos presídios, bem como foram instalados tapetes para a desinfecção dos pés.
No semiaberto da Gameleira, além de todas essas medidas adotadas, desde o mês passado, está em funcionamento um túnel de desinfecção na entrada do local.
Como medida preventiva, nesta semana, o juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, suspendeu até o dia 3 de agosto a saída de internos do CPAIG para trabalho extramuro. A medida é uma forma de se aguardar a quarentena necessária para o aparecimento de sintomas e testagens até mesmo em internos que não tiveram contato direto com os já constatados.
Keila Oliveira, Agepen