Campo Grande (MS) – O governador Reinaldo Azambuja e o juiz titular da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto, inauguraram nesta quarta-feira (9) a reforma da Escola Estadual Professora Flavina Maria da Silva, no Jardim Botafogo, na Capital. O colégio foi inteiramente reparado por meio do projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, do Poder Judiciário, que utiliza mão de obra e dinheiro dos presos para custear reformas de escolas.
“Projeto inédito e inovador que deve ser seguido por outros estados do Brasil. Mato Grosso do Sul e o Tribunal de Justiça construíram um projeto que já possibilitou uma economia de mais de R$ 1,2 milhão aos cofres públicos com a reforma de quatro escolas. Agora, esse dinheiro podemos aplicar em outros investimentos importantes para a Educação”, explicou o governador.
Orçada em R$ 92 mil, a obra da escola estadual do Jardim Botafogo teve custo zero aos cofres públicos estaduais. Isso porque 10% dos salários de todos os detentos que trabalham em Campo Grande foram utilizados para a compra de material de construção – hidráulica, elétrica, pintura e outros. Para o juiz Albino Coimbra, a obra é fundamentalmente coletiva e aproxima os sistemas prisional e educacional, “talvez as duas maiores mazelas do País”.
Para o diretor do colégio, Everaldo Monteiro da Silva, a reforma da unidade escolar atende tanto os anseios da Educação e da Segurança Pública. “Cria dignidade para os detentos, com resocialização sem preconceito, e sentimento de dedicação e estudo nos jovens alunos”, comentou.
A inauguração contou com a presença de várias autoridades, entre elas, o secretário adjunto de Estado de Justiça e Segurança Pública, Helton Fonseca Bernardes, o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador João Maria Lós, o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa Garcia e do superintendente de Políticas Penitenciárias da Sejusp, Rafael Garcia Ribeiro.
Reforma
Durante 45 dias das férias de julho, 13 presos do Instituto Penal da Gameleira trabalharam na reconstrução do calçamento do pátio, colocação de tubulação e grades para escoamento da água da chuva, instalação de coberturas metálicas para proteção de alunos e servidores dentro da escola (passarelas) e revitalização do telhado de uma sala de aula que estava com a estrutura comprometida, além de pintura e reforma geral dos banheiros na parte hidráulica e elétrica.
Um dos detentos que ajudou na reforma do local, o eletricista industrial Marcelo Dias da Silva, 37 anos, explicou que a oportunidade de trabalhar para a comunidade “dignifica os reeducandos”. Profissional da área elétrica há 19 anos, Marcelo cumpre pena no regime semiaberto há três anos e seis meses. Das quatro escolas revitalizadas pelo projeto, ele trabalhou em três.
Já foram beneficiadas com o “Pintando e Revitalizando a Educação com liberdade” as escolas estaduais Delmira Ramos, no Bairro Coophavilla II; Brasilina Ferraz Mantero, no Jardim Leblon, e Padre Mário Blandino, no Aero Rancho.
Bruno Chaves, assessoria de comunicação Governo do Estado.
Fotos: Chico Ribeiro.