Campo Grande (MS) – O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, ministrou nesta quinta-feira (22.8), durante o 2º Fórum Permanente de Segurança na Fronteira, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil e Mato Grosso do Sul (OAB/MS), uma palestra com o tema O Desenvolvimento sustentável é uma Importante Ferramenta de Gestão Pública para Combater a Violência na Fronteira.
Na oportunidade o secretário falou da importância da realização de investimentos na região de fronteira do Estado, citando como exemplo a rota bioceânica que passará pela cidade de Porto Murtinho, que faz fronteira com o Paraguai. O novo corredor rodoviário vai encurtar a distância do Centro-Oeste do Brasil até o mercado asiático. A produção sairá do País para o Chile, passando pelo Paraguai e Argentina, permitindo chegar aos portos chineses de uma maneira muito mais competitiva – com redução de 14 dias de transporte marítimo e redução de custo de mais de mil dólares por container.
“Enquanto o Governo discute investimentos, nós temos pensar na necessidade de alocar recursos para segurança pública que sofrerá impactos diretos com a chegada do desenvolvimento. Mato Grosso do Sul tem Comando Militar do Oeste (CMO), Presídio Federal, fronteira com dois países, por isso acredito que merecemos uma atenção especial da União e defendemos que o Centro Integrado de Inteligência da região Centro-Oeste, seja instalado em Campo Grande, além da realização de uma reestruturação das nossas polícias federais”, destacou Videira.
O dirigente da Sejusp, ainda apresentou a estrutura, composição e funcionamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, além de um balanço da atuação das instituições ligas à pasta. Ele enfatizou que as polícias de Mato Grosso do Sul estão entre as mais eficientes do país, apesar do Estado possuir mais de 1.500 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia. E lembrou que só no ano passado as polícias estaduais tiraram de circulação 335 toneladas de drogas e este ano de janeiro a julho, mais de 230 mil quilos de entorpecentes.
“Pagamos um preço alto pela nossa eficiência que é a superlotação do sistema penitenciário. Temos aqui 40% da massa carcerária de presos oriundos do tráfico de drogas, o que impacta sobremaneira os cofres do Estado. Em média são gastos R$ 11 milhões mensais com eles, o que representa mais de R$ 120 milhões anualmente”, finalizou o secretário.
Participaram do Fórum também os representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Eduardo Maia Bettine, coordenador-Geral de Fronteiras e Mário Robson, coordenador do Arco Central da Coordenação-Geral de Fronteiras e Polícia Federal, o cônsul do Paraguai, Ricardo Caballero, o consultor da Organização das Nações Unidas (ONU), general Carlos Alberto Santos Cruz, superintendente Regional da Polícia Federal no MS, Cléo Mazzotti; superintendente da PRF no Estado, Luiz Alexandre Gomes da Silva, e o delegado da Receita Federal no MS, Edson Ishikawa.