O verão que começa nesta segunda-feira, 21 de dezembro e vai até sábado 20 de março do ano que vem, terá o clima influenciado pelo fenômeno La Niña como moderada a forte intensidade.
Mesmo assim, as chuvas não devem sentir os efeitos clássicos da La Niña, que é quando as águas do oceano Pacífico Equatorial Central ficam com temperatura abaixo do normal, segundo o Climatempo.
No Brasil, o fenômeno é caracterizado pela redução da chuva na Região Sul do Brasil e aumento da chuva na porção norte da Região Norte e do Nordeste. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a La Niña também tende a facilitar as convergências de umidade que estimulam a chuva.
Janeiro é considerado um dos meses mais chuvosos em quase todo o país, com médias climatológicas bastante elevadas. Ainda assim, a estimativa é de chuva acima da média para diversas regiões para diversas regiões, incluindo sul e leste de Mato Grosso do Sul.
Já o mês de fevereiro a estimativa é de chuva acima da média normal, incluindo as áreas sul e leste de Mato Grosso do Sul. No Pantanal as chuvas devem ficar dentro da média climatológica para o mês.
O mês de março deverá surpreender pela quantidade volumosa de chuva esperada para algumas áreas do País e pelo pouco volume em outras. Para Mato Grosso do Sul a estimativa é de chuva acima do normal para o mês.
Conforme o prognóstico climático trimestral especifico para Mato Grosso do Sul são estimados 400 a 500 milímetros em média para os próximos 3 meses. Segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) a distribuição desses acumulados será: chuvas acima da média para as regiões leste, norte, pantaneira e sul; dentro da normalidade na área central; e abaixo da média histórica para a região sudoeste.
As temperaturas normalmente são elevadas no verão, e neste não será diferente. São esperadas temperaturas acima da média, com picos de até 37°C que podem ocorrer com mais frequência na região pantaneira.
Cemtec Responde
P: A estação traz alguma surpresa este ano?
R: A grande surpresa é que mesmo com La Niña de intensidade moderada, possivelmente Mato Grosso do Sul não sinta tanto os efeitos de estiagem que normalmente ocorre em anos em que este fenômeno acontece, o que era uma preocupação principalmente pelos produtores rurais em relação a soja que é bastante sensível coma falta de chuva e alta radiação. Como as águas do Oceano Atlântico parte sul do continente estão mais quentes que o normal, as frentes frias do Sul do país acabam se deslocando para essa direção mais quente, o que ajuda na formação de áreas de instabilidades sobre o MS no próximo trimestre.
P: Já que o período promete ser chuvoso? É possível já dizer em quantidade esperada de chuva para o verão?
R: A estação do verão é a mais chuvosa no Estado, normalmente a quantidade de chuvas que ocorrem nessa época do ano trazem velhos e conhecidos problemas urbanos como alagamento locais e enxurradas temporárias. Este ano, até pode ocorrer, mas a probabilidade é menor do comparado a anos anteriores. Isso porque é esperado que as chuvas fiquem abaixo da média no setor sudoeste, dentro da média na região central e ligeiramente (ou pouquinho) acima da média nas demais áreas, ou seja, espera-se chuva mais calmas e com acumulados que não causem problemas a população.
P: Qual será a intensidade do calor em Mato Grosso do Sul?
R: Verão é a estação mais quente do ano e normalmente a média de temperatura nesse período em MS é de 26 °C, considerando valores máximos e mínimos. Nos últimos anos foi verificada uma tendencia de temperaturas mais altas que a média. Neste verão não será diferente, e espera-se um acréscimo de 1,5°C na temperatura média do Estado. Parece pouco, mas mostra que teremos uma grande possibilidade de dias com picos elevados de temperaturas. De modo geral, as temperaturas estarão acima da média, com exceção da região extremo norte que deve apresentar ligeira queda associada a quantidade de chuvas esperadas para o trimestre. Os municípios da região pantaneira poderão registrar as temperaturas mais elevadas da estação.
P: Que fenômenos são comuns nessa época, e quais podem ocorrer em Mato Grosso do Sul
R: Zonas de convergência são comuns no período e impactam o norte e nordeste do Estado com grandes volumes de chuva. Frentes frias auxiliam na formação de linhas de instabilidades sobre as demais áreas do Estado e provocam mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, como por exemplo, a ocorrências de chuvas de curta duração e de forte intensidade, especialmente no período da tarde. Devido a formação de nuvens associada às elevadas temperaturas e umidade, chuvas acompanhadas por trovoadas e rajadas de vento são muito comuns nessa época. Condições adversas que podem ocorrer nesta estação, requerem atenção e cuidado da população.
Mireli Obando, Subcom
Foto: Chico Ribeiro