Desenvolvimento de técnicas de Inteligência Emocional junto aos servidores da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) foi abordado durante live realizada, na manhã desta terça-feira (15), com gestores de unidades penais e assistenciais de Mato Grosso do Sul.
O intuito foi apresentar o projeto, que será realizado por meio da Escola Penitenciária (Espen) com previsão de início no próximo ano, e visa utilizar ferramentas de coaching para incentivar novas habilidades emocionais nos servidores através do autoconhecimento. A iniciativa também conta com o apoio do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Na abertura, o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, ressaltou que esse é um trabalho inovador dentro do sistema prisional e de extrema relevância. “Estamos em meio a uma pandemia, onde lidamos com novos obstáculos e restrições e isso acarreta uma carga emocional grande. Desta forma, enfatizar a saúde mental dos servidores é muito importante e demonstra que estamos evoluindo como profissionais e como pessoas”, afirmou o dirigente.
Idealizado pela policial penal e coach Karine Godoy, a iniciativa tem como objetivo melhorar o desempenho dos servidores penitenciários no ambiente de trabalho, bem como, contribuir com a vida pessoal, uma vez que fortalece a capacidade de identificar e lidar com as emoções, possibilitando relacionamentos mais saudáveis, além de uma performance que supere expectativas.
“As emoções refletem em todos os âmbitos da nossa vida, por isso é extremamente necessário nos conhecermos para que haja uma transformação verdadeira, impactando na forma de encarar a vida e o trabalho. E para isso é imprescindível levar novos conhecimentos e conscientização para gerar novos resultados”, informou Karine.
À frente do projeto de Lei de Inteligência Emocional Prisional no Pará, o juiz Deomar Barroso participou do encontro e destacou a importância dessa ferramenta na execução penal. “Todos precisamos conhecer nosso perfil comportamental para melhorar nosso desempenho profissional e pessoal, para então fazermos a diferença com um trabalho que realmente impacta a vida de pessoas”, revelou, informando que pretende participar de todo o curso e levar a ferramenta para aplicar junto aos presos do Pará.
Na opinião de Karine Godoy, através desse projeto se pretende chegar em um sistema penitenciário mais humano e eficiente. “Acredito que vai acontecer uma grande mudança com a ferramenta de Inteligência Emocional e a nossa ideia é fazer de MS um estado pioneiro através desse trabalho e difundir nossa experiência a outros estados também”, disse.
Conforme o diretor da Espen, Vilson Guedes, a instituição apoia iniciativas que contribuem no desenvolvimento e valorização dos servidores. “Esse encontro é justamente para decidirmos a melhor forma de trabalhar esse projeto junto aos diretores”, disse.
O próximo passo será estabelecer um plano de ação para alinhar o período e o formato que serão desenvolvidas as atividades, bem como, o conteúdo a ser trabalhado com os servidores, além de estabelecer instrutores convidados para as ministrações.
Técnicas de inteligência emocional também já foram desenvolvidas em presídios da capital e do interior e com egressos do sistema prisional. Esses trabalhos apresentaram excelentes resultados, pois trabalharam a capacidade racional e emocional dos apenados, melhorando também o bem-estar através do equilíbrio.
Tatyane Santinoni, Agepen
Fotos: Divulgação