Campo Grande (MS) – A assistência religiosa prestada em presídios de Mato Grosso do Sul, por meio de agentes de diferentes denominações, leva palavras de amor e fé aos custodiados, possibilitando que eles reflitam e acreditem em uma nova vida longe da criminalidade. Além de estar prevista na Lei de Execução Penal (LEP), estudos apontam que a experiência religiosa nas prisões colabora para o reequilíbrio das personalidades desajustadas, auxiliando na recuperação de vícios e depressões.
Em Mato Grosso do Sul, esse trabalho voluntário nas unidades prisionais é coordenado pela Divisão de Promoção Social da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Atualmente, 133 grupos religiosos, de diferentes denominações, prestam este tipo de assistência à população carcerária do Estado.
“Eu agradeço a Deus por enviar pessoas que têm se disponibilizado para fazer essa obra, pois sabemos que não e fácil trazer a Palavra para um lugar como esse. Aqui no presídio muitas pessoas têm encontrado na Palavra de Deus, a oportunidade de transformar sua vida verdadeiramente, muitos de nós estão se rendendo e sendo salvos para a honra e glória do Senhor”. O testemunho de fé e transformação é de um dos internos participantes assíduos dos encontros semanais da Igreja Universal do Reino de Deus, realizados no Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho” (EPJFC).
Ele e outros reeducandos participaram esta semana de mais uma ação da Igreja desenvolvida na penitenciária, com palavras de fortalecimento espiritual e incentivo para a transformação de condutas. No solário do presídio, os internos se reuniram em uma corrente de oração e cânticos de louvor. Na oportunidade, 17 detentos se batizaram nas águas e cerca de 300 camisetas brancas foram doadas pela instituição religiosa, destinadas a internos que não contam com assistência da família.
Segundo o pastor Claudinei da Silva, este tipo de trabalho tem proporcionado socialização entre os internos através da palavra de Deus, além de arrependimento, mudança de vida e mais tranquilidade no ambiente prisional.
A frente do trabalho há um ano e sete meses, o pastor e sua equipe prestam assistência religiosa em todas as unidades penais da Capital e interior. “Graças a Deus a aceitação dos internos e internas tem sido boa e muito satisfatória”, complementa.
Além disso, destaca Claudinei, também são realizados atendimentos aos familiares dos presos, através da disseminação de uma palavra de fé e distribuição de café da manhã na frente das unidades penais em dias de visita.
Também como exemplo desse trabalho voluntário de assistência religiosa, a Pastoral Carcerária da Igreja Católica promoveu este mês uma missa celebrada pelo bispo Auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Mariano, com internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ).
A celebração abordou tomada de consciência, liberdade de agir, como o mal entrou no mundo, tentação, pecado, realidade complexa, álcool, drogas e suas consequências, incentivando a reflexão sobre erros cometidos e a possibilidade de recomeçar. Antes da missa, as custodiadas puderam se confessar.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a missão de ressocializar as pessoas privadas de liberdade e devolvê-las à sociedade de forma transformada demanda muito trabalho e o comprometimento de toda a equipe. “Graças aos parceiros do sistema prisional temos alcançado os objetivos e as entidades religiosas têm nos dado apoio em muitas ações”, destacou o dirigente.
Keila Oliveira e Tatyane Santinoni – Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen)
Fotos: Divulgação