Rio Brilhante (MS) – A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Brilhante está realizando testagem em massa em custodiados do presídio masculino da cidade. As testagens começaram ontem (16.7) e prosseguiram nesta sexta-feira (17.7). A medida foi iniciada após internos testarem positivo.
A meta é que sejam testados todos os 288 custodiados do Estabelecimento Penal de Rio Brilhante. Até o momento, 41 casos foram constatados no local, estando um deles já curado. Uma das suspeita é que a doença tenha sido adquirida durante atendimento de saúde fora do presídio. Dois servidores também testaram positivo e já estão afastados. A aplicação dos testes deverá prosseguir pelos próximos dias, de acordo com as possibilidades da Secretaria Municipal de Saúde.
Desde o início da pandemia, várias medidas têm sido adotadas com uso constante de máscaras pelos policiais penais, além de fornecimento de máscaras ao internos. Também é realizada desinfecção constante do ambiente, são disponibilizados materiais para higienização das mãos; além das visitas estarem suspensas desde março, assim como nos demais presídios do Estado, entre outros procedimentos. Este mês unidade penal também recebeu reforço na proteção dos servidores com a doação de “face shields” protetores faciais da Rede CoronaVidas.
Uma galeria da penitenciária foi separada para o isolamento dos casos positivos, cujos internos ficarão divididos conforme perfil. Segundo a direção de unidade, serão separados internos integrantes de facção dos não faccionados, bem como reeducandos que cumprem pena por crimes sexuais. “Estamos tomando todos os cuidados possíveis para garantir que não haja maior contaminação, bem como seja garantida a segurança”, afirma o diretor do EPRB, Adelson da Costa Machado.
Dados do Comitê da Agepen de Gestão e Acompanhamento da Medidas de Enfrentamento à Covid-19 nas unidades prisionais de Mato Grosso do Sul, apontam que até o momento, com esses novos 41 registros no masculino de Rio Brilhante, somam-se 69 casos entre a massa carcerária; outros 21 foram constatados na unidade feminina da cidade, seis na Unidade Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, e um no Instituto Penal de Campo Grande; nessas últimas duas unidades os casos foram de internos novos que provavelmente chegaram na unidade com a doença.
Conforme acompanhamento, não há nenhum caso grave ou necessidade de internação entre os constatados; também não houve registro de óbitos. Segundo a orientação do comitê, as famílias de todos os casos constatados devem ser informadas.
O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destaca que a instituição está atenta e tem atuado articulada com órgãos de saúde e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) no sentido de minimizar os efeitos da pandemia no ambiente prisional. “Tomamos uma série de cuidados e continuaremos trabalhando com afinco neste sentido”, finaliza.
Keila Oliveira, Agepen
Fotos: Arquivo Agepen