Campo Grande (MS) – Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (29), na sede da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), com a presença do Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, a Polícia Civil apresentou os autores da morte do ex-vereador de Campo Grande, Alceu Bueno (55). São eles, Elpídio Cesar Macena Do Amaral, 26 anos, Josian Edson Cuando Macena, 21 anos e Kátia De Almeida Rocha, 24 anos, que afirmou ter sido assediada via Whatsapp pela vítima.

Conforme as investigações, Alceu Bueno conheceu Kátia em um grupo de Whatsapp, e passou a assediá-la por meio de mensagens. Segundo afirmou Katia, ela soube o ex-vereador sempre carregava grande quantidade de dinheiro em espécie, e ao relatar o fato ao seu namorado, Elpídio Cesar, que já estava enciumado com a situação, passou a arquitetar o roubo.
Kátia, por sua vez, marcou alguns encontros com Alceu Bueno, até convencê-lo, na noite do dia (20/09), após terem saído novamente, a entrar em sua residência, simulando que manteriam relações sexuais.
Já no quarto, Alceu Bueno encontrava-se deitado sobre a cama, e Kátia disse que iria até a sala, trancar a porta. Ao passar por um dos cômodos, sinalizou para que Elpídio e Josian consumassem o roubo.
Segundo o delegado titular do Garras, Edilson dos Santos, o primeiro a atacar Alceu Bueno, foi Josian Edson, que em posse de um martelo, teria desferido vários golpes na região da cabeça, e na sequência recebeu ajuda de Elpídio Cesar que, da mesma forma, acertou a cabeça da vítima com uma tábua de bater carne. Como a o ex-vereador apesar dos ferimentos ainda estava vivo, fizeram uso de uma alça de bolsa feminina para enforcá-lo.

Após vasculharem os pertences e o veículo, descobriram que Alceu Bueno só estava com a quantia aproximada de R$ 600,00, e resolveram então queimar o corpo.
Como um dos autores, por já ter trabalhado como pedreiro em um dos condomínios próximos a região onde o corpo foi deixado, resolveram ir até o local para dar sequência ao plano. Na mesma noite dirigiram-se até a região de fronteira, e lá, tentaram durante todo o dia (21/09), repassar o veículo a receptadores da região. No entanto, dada a grande repercussão do caso, ninguém se interessou pela compra do veículo.
Diante do fato, pediram a um conhecido, para dar fim ao veículo, quando o mesmo foi encontrado pela polícia, já destruído pelo fogo.

Conforme investigações, Elpídio e Kátia, compraram passagens de ônibus na cidade de Ponta Porã com destino a Campo Grande, na madrugada do dia 22/09.

Com os avanços nas investigações, e com o apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP), comprovou-se, por meio de análises das ligações telefônicas, que os três autores estiveram na mesma região e horário onde o corpo de Alceu Bueno foi jogado e queimado.
Os três tiveram a prisão decretada, e na delegacia confessaram sua participação no crime, e deram detalhes de como teriam matado Alceu Bueno.
Na residência de Kátia, após levantamento pericial no quarto, foram encontradas manchas de “sangue humano” em um papelão acondicionado embaixo de um colchão de casal, o qual, segundo confissão dos autores foi submetido a uma lavagem no dia seguinte ao crime. No local, também foi encontrado o martelo utilizado para golpear a cabeça de Alceu Bueno.

Na tentativa de ficarem impunes, os autores trocaram suas linhas telefônicas. No entanto, a Polícia Civil identificou os novos números e manteve o monitoramento telefônico do trio. Os três autores responderão por roubo seguido de morte e ocultação de cadáver.
Segundo afirmou em entrevista, o delegado geral da Polícia Civil, Marcelo Vargas Lopes, foram empenhados todos os esforços para que o crime, que teve grande repercussão na mídia, fosse desvendado, e os autores presos. “A Polícia Civil tem se empenhado para solucionar todos os casos, em especial os crimes contra a vida. Têm sido assim, e esse caso não seria diferente”.
Relembre o caso:
No dia (21/09), um homem encontrou em um matagal, na região do Parque dos poderes, um corpo carbonizado, ainda em chamas. A Polícia Civil foi até o local, e as investigações tiveram início.
Conforme registro policial, o ex-vereador estava desaparecido desde às 22h do dia (20/09), data em que foi morto, e o corpo foi encontrado na manhã do dia (21).
Os indícios apontavam de que a vítima teria sido morta por estrangulamento.
Reportagem e fotos Valmir Dias Assecom/PC