Campo Grande (MS) – Trabalhos artesanais confeccionados em presídios de Mato Grosso do Sul estão expostos para a venda durante a 8ª Feira Artesão Livre – Especial Dia das Mães, que acontece nessa segunda e terça-feira (7 e 8.5) no Centro Integrado de Justiça (Cijus), localizado na rua Sete de Setembro, no Centro da Capital.
A feira reúne artesanatos exclusivos, de qualidade e com preços acessíveis, podendo representar uma interessante opção de presentes. Ao todo estão sendo expostas para a venda cerca de 800 peças entre tapetes, jogos para banheiro, trilhos de mesa, cobre-bolos, bonecas, chaveiros, bolsas, móveis em madeira, camas para pets feitas de pneus e enfeites em geral. Os itens ficarão disponíveis para a venda no local, das 12h às 18h.
A exposição acontece por meio de uma parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho da Comunidade da Capital.
Nos dias 10 e 11 de maio, a feira acontece no Átrio do Fórum de Campo Grande, durante o horário de funcionamento do prédio. Os expositores aceitam cartão de débito e crédito. A renda das vendas será revertida para os próprios detentos e familiares.
Os artesanatos foram confeccionados por detentos do Instituto Penal de Campo Grande, Presídio de Segurança Máxima, Centro de Triagem, Presídio de Trânsito, Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi e unidade semiaberta feminina. Nesta edição, pela primeira vez, a feira também apresenta peças confeccionadas por reeducandas dos presídios femininos de Jateí e de Dourados, proporcionando maior variedade entre os itens apresentados.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, este tipo de evento é uma forma de dar visibilidade aos trabalhos que são realizados diariamente nas unidades prisionais. “Com esta feira, buscamos aproximar a sociedade das ações que desenvolvemos em nossos estabelecimentos penais”, destaca.
Segundo o dirigente, os trabalhos manuais são apenas uma das várias frentes laborais que existem nos presídios. “A ocupação laboral é essencial no meio prisional e, a riqueza e qualidade dessas peças, demonstram também a qualidade dessa mão de obra que temos. Além disso, é uma forma de eles se ocuparem, aprenderem uma nova profissão para que possam ser reinseridos na sociedade com novas expectativas positivas de vida”, afirma.
Parceira na realização da feira, a promotora da 50ª Promotoria de Justiça, Renata Goya, ressalta que a feira é resultado do empenho dos agentes penitenciários e dos reeducandos, bem como das direções das unidades. “O artesanato, o trabalho, é um caminho na ressocialização, então essas feiras refletem a parte visível deste trabalho, representando também um olhar humanizado da execução da pena.
Com sacola cheia nas mãos, a defensora pública aposentada Elita Barbosa Cerejo garantiu presentes para si e para a família e disse estar encantada com a beleza dos produtos. “Muito bonitos, estou muito feliz, pois sei que esses trabalhos também representam a esperança de uma vida digna para quem está cumprindo pena”, diz.
Este ano, a Feira Artesão Livre é realizada em dois locais e amplia as possibilidades do projeto que desde 2014 acontecia apenas no Fórum. De acordo com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), cerca de mil pessoas passam todos os dias pelo Cijus e outras, 3,5 mil pelo Fórum.
Texto e fotos: Keila Oliveira – Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen)