Caso da jovem mobilizou todo o efetivo policial e inúmeras linhas de investigações foram apuradas
Campo Grande (MS) – Referência nacional na elucidação de crimes, as polícias Civil e Militar, por meio do Batalhão de Choque, identificaram o autor da morte da jovem, Carla Santana Magalhães, de 25 anos, raptada no dia 30 de junho e que teve o corpo descartado três dias depois, na região do bairro Tiradentes, em Campo Grande. Durante coletiva de imprensa realizada na Cepol (Centro de Policiamento Especializado) na manhã desta quarta-feira (15.7), o delegado titular da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), Carlos Delano, confirmou que Marcos André Vilalba de Carvalho, de 21 anos, vizinho da vítima – seria o suposto autor do crime, apesar de relatar não se lembrar de cometer o ato.
Consideradas uma das mais ‘desafiadoras’ investigações, Carlos Delano afirma que diversas linhas foram verificadas desde o período de desaparecimento da jovem e até depois de ser encontrada já sem vida, foram exatos 15 dias de investigações. “O excelente patrulhamento da Polícia Militar, por meio do Batalhão de Choque, nos passou uma informação relevante e pertinente. Trabalhamos essa informação com investigação e obtivemos evidências que confirmaram a participação deste cidadão. Ele confessou que praticou o homicídio da moça, mas não teceu detalhes”, explica o delegado.
Ao ser ouvido, o homem classificado como uma pessoa ‘muito tranquila’, revelou que estava na casa dele – vizinha a casa da vítima – bebendo, quando viu a jovem passar pela rua. “Depois relata que teve um apagão de memória. A próxima imagem, a qual ele se recorda seria no dia seguinte com ela morta no chão do quarto dele, com vários cortes no pescoço. E que ao se deparar com o corpo, o arrastou para de baixo da cama e foi trabalhar. Afirmou não lembrar de ter tirado o cadáver de baixo da cama e ter descartado na varanda dias depois”, relata Delano.
Depois da confirmação dos fatos, os policiais juntamente com a perícia estiveram na noite de ontem (14.7), na residência do autor realizando exames periciais. “Nós fizemos exames periciais com luminol e a versão que ele diz se confirma, ela realmente esteve ali. Havia grande quantidade sangue oculto, com algumas gotas de sangue visíveis. Houve arrastamento do corpo pela casa, o que se confirma a confissão dele por meio dos elementos coletados”.
Na residência, os policiais ainda encontraram um lençol sujo de sangue que deve passar por perícia para confirmar se o DNA encontrado é compatível com o da jovem. Homem foi indiciado por feminícidio e segue preso. “A investigação não está fechada e estamos tentando encontrar detalhes do que aconteceu, aguardamos pessoas que possam nos trazer algumas informações e que possam nos dar uma luz para entender melhor este crime”, finaliza o titular da DEH.
Resolução de crimes
Assim como o caso dos assassinatos dos policiais civis Antônio Marcos Roque da Silva, 39 anos, e Jorge Silva dos Santos, 50, as forças policiais têm se empenhado em solucionar os crimes. Os números apresentados pela Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul desde o início do ano, revelam o grande distanciamento que a Polícia Civil do MS possui em comparação com as demais policias da federação. Somente, em 2019, 24 municípios do MS tiveram 100% dos crimes de homicídio elucidados, enquanto outras 17 cidades não registraram um único caso.
A efetividade da Polícia Civil sul-mato-grossense torna Mato Grosso do Sul um dos Estados mais seguros do país. De acordo com levantamento feito em âmbito nacional, a média de resoluções de crimes de homicídio fica em torno dos 6%. No MS este índice é superior aos 60%. Para o delegado-geral da PCMS, Marcelo Vargas Lopes, os resultados refletem a um trabalho conjunto das forças de segurança. Ele aponta que os números de resolução de homicídio doloso chegariam a, pelo menos, 70% até junho desse ano, com a conclusão de investigações que ainda estão em andamento.