Campo Grande (MS) – O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, visitou nesta quarta-feira (18), as obras de revitalização da 4ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Moreninha II. A reforma que teve início no dia 5 de outubro trata-se do primeiro prédio contemplado pelo projeto “Mãos que Constroem”, lançado no mês de setembro deste ano. Orçada em R$ 123,4 mil, a obra da delegacia contempla parte de alvenaria, hidráulica, elétrica, pintura e calçamento. Pelo projeto, o Governo do Estado economiza até 75% em comparação ao modelo tradicional, via licitação.
O “Mãos que Constroem” é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, Tribunal de Justiça e o Conselho da Comunidade de Campo Grande, conta com a mão de obra de 10 internos dos regimes aberto e semiaberto do sistema prisional da Capital, nas especialidades de pedreiro, pintor, eletricista, encanador e ajudante geral.
Durante a visita o secretário José Carlos Barbosa, pode constatar que a reforma está sendo realizada a todo vapor. “O nosso projeto começou muito bem, prova disso que até o momento cerca de 15% das obras já foram executas, demonstrando o comprometimento dos internos que estão desenvolvendo esse trabalho”, destacou.
O secretário ainda falou que já está sendo planejada a formação de outra equipe de detentos, que será responsável pela reforma de uma unidade da Polícia Militar a ser definida. “Logo após a conclusão da Delegacia das Moreninhas, esses internos irão realizar as obras da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário da região central de Campo Grande (DEPAC)”, anunciou José Carlos Barbosa.
Conforme coordenador de Engenharia e Projetos da Sejusp, arquiteto Fábio Alex Correa, neste primeiro momento estão sendo executadas as obras no bloco da carceragem, com a realização dos serviços de calçadas, serralheiria, elétrica, hidráulica e pintura de grades e celas. “Após a conclusão desta etapa, a próxima a ser realizada é a do bloco administrativo da delegacia”, explicou o coordenador.
Para o juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, que também participou da vistoria, essa é uma oportunidade para que esses detentos possam recomeçar. “As obras estão em estágio avançado, e o trabalho que está sendo realizado é de grande qualidade. Esses internos que integram o projeto servem de exemplo para outros, mostrando que é possível mudar”, enfatizou o juiz.
Também acompanharam a visita o delegado geral da Policia Civil, Marcelo Vargas, o diretor da Agência de Administração do Sistema Penitenciária (Agepen), Ailton Stropa, o superintendente de Políticas Penitenciárias, Rafael Garcia, a delgada titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil, Marilda do Carmo Rodrigues, entre outras autoridades.
Recomeço
Além de recuperar os prédios públicos, a ação também contribui com a ressocialização e diminuição da pena. Por esse convênio os trabalhos são executados em menor tempo. Uma obra que seguindo o cronograma demoraria oito meses, por exemplo, será concluída em, no máximo, quatro meses.
Um dos reeducandos que participa desta primeira reforma é o pintor Nezimatos Bernardino Silva,que foi preso por tráfico de drogas e já cumpre pena há quatro anos. “Aqui desenvolvo um trabalho que eu realizava antes. Vejo essa iniciativa como uma opção de me qualificar, reduzir a minha pena e voltar para o mercado de trabalho após a conclusão da minha pena”.
Diferente do modelo adotado para a reforma dos prédios escolares – onde todo o trabalho é custeado com recursos do fundo arrecadado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha em convênios firmados com o poder público ou iniciativa privada – no projeto “Mãos que Constroem”, o Governo do Estado conta apenas com a utilização da mão de obra prisional, autorizada pela 2ª Vara de Execução Penal.